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13 de mai. de 2012

Lucas: uma nova história começa

Lucas, criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 10-05-2012
Lucas, criado em 10/05/2012

Ou como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro que está no teu olho, não atentando tu mesmo na trave que está no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás bem para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão.
Porque não há boa árvore que dê mau fruto, nem má árvore que dê bom fruto.
Porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto; pois não se colhem figos dos espinheiros, nem se vindimam uvas dos abrolhos.
O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca.
E por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?
Qualquer que vem a mim e ouve as minhas palavras, e as ob-serva, eu vos mostrarei a quem é semelhante:
É semelhante ao homem que edificou uma casa, e cavou, e abriu bem fundo, e pôs os alicerces sobre a rocha; e, vindo a enchente, bateu com ímpeto a corrente naquela casa, e não a pôde abalar, porque estava fundada sobre a rocha.
Bíblia, Lucas 6:42-49

Filhote é algo importante porque carrega um pedaço de nossa alma com ele, de acordo com a tradição dos guerreiros toltecas (nos ensinamentos de Dom Juan*). O deslocamento é por gênero, isto é, da mãe para a filha e do pai para o filho. Parecido com o X ou o Y da biologia.

É como uma medida inicial do sopro divino que recebemos - uma certa faixa de emanações dentre as do universo - e nos potencializa, nos individualiza e nos capacita a sermos conhecedores, estruturadores de realidades, visualizadores e idealizadores de mudanças, construtores de originalidades e perpetuadores da Totalidade da Ordem.

Pois é, o LUCAS se derivou do LUiS ClAudio da Rocha Prét e, agora em 2012, deve sair do casulo aonde Ana Flavia Garcia Costa o embala e cuida para mostrar sua construção a este plano do mundo. Todo mundo já imagina o que vem por aí, com pais tão belos como os que ele possui...

Mas ele construirá uma beleza própria, um arcabouço para acolher a energia com a qual se apropriará da vida. E, na sua trilha, uma quantidade imensa de beleza de gestos e de atitudes aguardam para ser apropriados e armazenados por ele e tornarem-se sua fonte pessoal de força para a caminhada e para o retorno à Origem.

Algumas pessoas - do mesmo modo como eu fazia anos atrás - questionam o trazer alguém novo à vida quando há tantos que poderiam ser acolhidos e cuidados do mesmo modo, o que, além de colaborar com a melhoria de vida iria diminuir as misérias existentes.

Outros, questionam essa vinda por visualizarem um futuro sombrio, um mundo com muitas nuvens escuras e tempestades que tornarão a vida muito difícil, senão impossível.

Defendo ainda, muitas partes desses argumentos. São válidos, sim. Mas descobri, por meio da experiência e das forças que concentrei em minha vida, que essa é apenas uma parte da história.

Tempestades vem e vão. São assustadoras, mexem com nossos temores mais profundos e com a memória genética de um passado aonde os fenômenos naturais eram reverenciados.

Tempestades produzem seus efeitos, transformam o que tocam e geram na superfície tocada algo novo: isso acontece em toda a natureza (humanos ou não).

Tempestades ensinam que, por pior que pareça a situação, logo após o sol volta a brilhar, o mundo se refaz, a vida continua.

E apesar de sermos como uma espécie de vírus destruidor desse planeta, temos em nós, também, o campo de possibilidades da transformação diante do terrível, do insolúvel ou improvável, do que denominamos de morte.

Então, cada semente nova que plantamos, cuidamos e ajudamos a florescer pode trazer a resposta para aquela doença sem cura, para aquela visão míope que impede de vermos o adiante e para aprendermos a reestruturar o caminho.

Nesse momento é assim que imagino a chegada desse meu novo Lucas: esperança para um mundo que poderá, como o seu xará, vir a transformar sua realidade - o também Lucas foi aquele médico amado do passado, citado na Bíblia.

E que, como ele, venha a nos relembrar que não apenas a ciência, mas o amor e o cuidado curam; que quando nos dispusermos a ouvir a história de cada um, entenderemos que o aprendizado produz os efeitos mais duradouros; que ao compartilharmos essas experiências, outros serão capazes de reavaliar seu percurso - e isso transforma vidas.

E não, não estou pré-determinando os meus desejos ou o dos seus pais sobre a criança. Principalmente porque sei da disposição de alma que eles possuem, o valor do aprendizado de suas vidas que são manifestados em muitos momentos da nossa convivência. E isso, sim, quer dizer algo. Exemplos vivos, respeito ao ser e vontade de acertar são mais poderosos que qualquer forma de educação formal. É a transmissão de algo que não se nomeia, pois é o fruto do que eles acumularam em sua jornada e que foi usando para contribuir para a melhoria de suas vidas e a de todos ao seu redor.

Então, a força desejante de minha vontade será dirigida ao pequeno ser para que, desde já, seu aprendizado esteja moldando um ser que irá abrir as portas do infinito, vencer as ilusões dessa forma de ser no mundo e, com isso, caminhar em plenitude.

Isto porque o que mais esse mundo precisa é de seres plenos, seres pensantes que entendam o mundo só é mundo porque somos nós que o construímos e depende apenas de nós o transformá-lo.

E, por um certo momento de egoísmo, espero que, como aconteceu com o meu afilhado, o texto que escrevi possa ser lido pelo Lucas e eu ainda esteja por aqui para conversar com ele a esse respeito, pois essa foi uma experiência maravilhosa que eu tive e gostaria de compartilhá-la com ele.


Wellington de Oliveira Teixeira, em 13 de maio de 2012.
* Nos livros de Carlos Castaneda

Aninha, minha linda, um feliz dia das mães para você.

Um comentário:

Ana Flavia disse...

Obrigada pelo texto, por sua presenca em nossas vidas e pelos belos momentos que estivemos juntos nos últimos anos. As suas palavras chegarão até nosso Lucas e certamente você estará muito presente na vida dele. Beijos. Ana Flavia