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15 de mar. de 2015

Previsibilidade se contrapõe à Humanidade

Previsibilidade criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 15-03-2015
Previsibilidade, criado em 15-03-2015.

O conceito, que está intimamente interligado ao comportamento desejado, tem diversos matizes, os mais conhecidos são o da produção de condições visando produtividade e a identificação e controle das variáveis atuantes visando modificação da forma de expressão individual ou social. No senso comum, a expressão idiomática tornar-se previsível, indica algo repetitivo, que se desgastou, perdeu seu sentido, tornou-se cansativo e não produz mais novos efeitos.
(Wellington de Oliveira Teixeira — Ser Pensante — by Well)


A previsibilidade está diretamente ligada à modelagem aplicada aos padrões sociais. Poucos percebem o quão próximos estamos de ser representados por modelos matemáticos comportamentais.

O que promove tal semelhança de práticas e de modos de ser? Certamente, não a natureza: a variedade infinita de seres e a singularidade de cada um são sua tônica ou marca registrada. As estruturas se repetem, não os seres; o modelo de folhas, não cada uma. A individualidade é a apresentação dessas diferenças.

Que forças tentam produzir padronização? Que interesses apostam na previsibilidade dos comportamentos?

Bombardeados incessantemente por uma mídia promotora de ícones, crianças, adolescentes - em especial - e adultos copiam esses modelos: o que fazem, o que dizem, o que vestem, seu corte de cabelo, seus produtos de beleza e investem na assemelhação. Exemplo muito bom é, ao andar na rua, detectar que todos os cortes de cabelo se igualam. Nem precisa procurar, é o mesmo que o ídolo do momento está usando.

A ideia de identidade grupal sempre esteve em avaliação. Agrupamentos constituídos por roqueiros, forrozeiros, regueiros, axezeiros, pagodeiros, funkeiros, dentre outros, sempre se caracterizaram. A aparência semelhante visava destacar ideias, gostos, propostas. Atualmente estamos caminhando para o ponto onde a uniformização dominará: controle das mentalidades e apropriação dos desejos individuais, geraram os ecléticos - tudo serve, nada me representa. Cultura de massas? Estamos longe de poder dizer que há cultura nessa ação de dominação. Há um desejo de superposição, de sobreposição e de apropriação.

Exceções são extremamente bem-vindas e desejáveis. Toda a evolução se constituiu por diferenciação: os não adaptados foram os que indicaram ou produziram os novos caminhos. A sociedade sempre foi capaz de criar nichos de inclusão, até mesmo para os considerados aberrações. Circos se expandiram por sua exposição.

Atualmente, os diferenciados são tratados como portadores de transtornos, controlados e impedidos de influenciar seu ambiente. Em vez de produzirmos a transformação na educação, visando alcançar essa parcela da população, escolhemos tratá-los medicamentosamente.

Não, não evoluímos. Com mais gadgets e eletrônicos mediadores da comunicação, o contato humano se perdeu. Considerar isso evolução, no mínimo, é ingenuidade. Além da destruição da capacidade de sustentação do planeta, nos tornamos insustentáveis, do ponto de vista da humanidade e o que ela representa: diferentes seres interagindo coletivamente e de forma complementar - cada um contribui com o que tem de melhor e com o que se destaca.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 15 de março de 2015.

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